quarta-feira, 6 de julho de 2011

Até sempre!



Queridos alunos:
Chegámos ao fim e custa dizer adeus.
Guardo de todos vós as melhores recordações: foi um ano muito trabalhoso mas muito gratificante! Ficam comigo para sempre as memórias lindas, muito lindas das horas que passámos juntos!

Fiquei mais rica espiritualmente por ter conhecido gente como vocês, que dão sentido à profissão de professora. Obrigada a  todos por tudo o que me ensinaram, pela vossa respeitosa Amizade, pelo vosso constante carinho.
Já moram no meu coração! Bem hajam!

Teresa

sábado, 2 de julho de 2011

A todos uma boas Férias

 Quero desejar a todos os meus colegas  umas boas  férias  e para a Vera também. Apesar de não estar presente nas aulas, merece umas férias bem merecidas  .Muito obrigada aos colegas que me ajudaram e para o ano já não os vejo, e que tudo corra conforme  desejam . Um beijinho muito especial para a professora Teresa que foi .....não há palavras para descrever , para ela umas óptimas férias, beijinhos de uma amiga Isabel Vieira

quinta-feira, 2 de junho de 2011

As melhoras, Mário!

O Mário Sá Gomes sofreu uma queda e magoou-se seriamente. Apanhámos todos um grande susto, mas Graças a Deus já está a melhorar e dentro em breve voltará ao nosso convívio.
Entretanto mandou esta mensagem por mail para os muitos amigos que tem na escola e na turma: aqui fica como mais uma prova do seu carácter absolutamente invulgar.
Que BOM conhecê-lo!Ficamos todos mais ricos!
AS MELHORAS, MÁRIO!


Foto do Mário no Hospital

Os meus agradecimentos

Irmãs e Irmãos caríssimos,
A todos vocês dirijo os meus afectuosos votos de muita felicidade e alegria.
Antes de mais, quero manifestar a minha profunda gratidão pela solidariedade manifestada por todos vocês, desde a primeira hora em que vos chegou a noticia do acidente que me privou já  há mais de quatro dias, dos momentos  mais agradáveis do meu dia-a-dia. Momentos esses que não podiam ser senão as poucas horas que partilhamos na escola com as nossas professoras e professores.
Neste momento estou bastante recuperado e a evoluir positivamente, por isso, prometo aparecer ali na escola o mais breve possível. Não pretendo pôr em causa as regras impostas pelos amados médicos e médicas que me assistiram no hospital Santa Maria, mas Deus quem eu sirvo no meu espírito é testemunha do quanto eu sinto a vossa falta. Aliás quero sublinhar que o meu universo aqui em Portugal resume-se em vocês e na minha irmã que vive um pouco distante, em Albufeira, junto com vocês constituem o bem mais precioso que eu possuo .
Para terminar, o meu grande abraço à Professora Teresa, à Professora Célia e Professor João Paulo. Aos meu colegas de turma Irmão Carlos Sousa, Fábio, Carlos Ramos, Janete, Isabel, Vanda, Sónia, Milka, Sheila, Ricardo Cardoso, Braima, Ricardo Ferreira, Sandro, a Vera, a Tânia e a amiga da Vanda que se juntou a nós ultimamente.
Estes meus votos são extensivo às alunas e alunos do EFA que estiveram sempre presentes e que partilhamos momentos agradáveis na biblioteca e, de uma maneira muito particular, à Dona Felismina.
A todos os meus votos de um fecundo desempenho.
Mário Sá Gomes

                                                                                 Lisboa, 01 de Junho de 2011


segunda-feira, 9 de maio de 2011

Memorial do Convento


 








Felizmente Há Luar





Contextualização


A história passa-se na época da revolução francesa de 1789.
As invasões francesas levaram Portugal à indecisão entre os aliados e os franceses. Para evitar a rendição, D. João VI foge para o Brasil. Depois da primeira invasão, a corte pede auxilio a Inglaterra para reorganizar o exército. Esta envia o general Beresford.

Luís de Sttau Monteiro denuncia a opressão vivida na época do regime salazarista através desta época particular da história. Assim, o recurso à distanciação histórica e à discrição das injustiças praticadas no inicio do século XIX permitiram-lhe, também, colocar em destaque as injustiças do seu tempo, o abuso de poder do Estado Novo e as ameaças da PIDE, entre outras.

Carácter épico



"Felizmente Há Luar" é um drama narrativo, de carácter social, dentro dos princípios do teatro épico e inspirado na teoria marxista, que apela às reflexão, não só no quadro da representação, mas também na sociedade em que se insere.

De acordo com Brecht, Sttau Monteiro pretende representar o mundo e o homem em constante evolução de acordo com as relações sociais. Estas características afastam-se da concepção do teatro aristotélico que pretendia despertar emoções, levando o publico a identificar-se com o herói. O teatro moderno tem como preocupação fundamental levar os espectadores a pensar, a reflectir sobre os acontecimentos passados e a tomar posição na sociedade em que se inserem. Surge, assim, a técnica do distanciamento que propõem um afastamento entre o actor e a personagem e entre o espectador e a história narrada, para que, de uma forma mais real e autêntica, possam fazer juízos de valor sobre o que se está a ser representado.

Desta forma, o teatro já não se destina a criar terror ou piedade, isto é, já não tem uma função purificadora, realizada através das emoções, tendo, então, uma capacidade crítica e analítica para quem o observa. Brecht pretendia substituir o “sentir” por “pensar”, levando o público a entender de forma clara a sua mensagem por meio de gestos, palavras, cenários, didascálicas e focos de luz.

Estes são, também, os objectivos de Sttau Monteiro, que evoca situações e personagens do passado (movimento liberal oitocentista), usando-as como pretexto para falar do presente (ditadura salazarista) e, assim, pôr em evidencia a luta do ser humano contra a tirania, a opressão, a injustiça e todas as formas de perseguição.



     Objectivos

·       Auto-representação das personagens e narrador

·       Elementos técnicos não escondidos

·       Música e cenários destroem a ilusão da realidade

·       Efeito de conjunto (justaposição/montagem de episódios)

·      A História desenrola-se numa série de situações separadas que começam e acabam em si mesmas

·      O  Teatro deve fazer pensar e não provocar sensações

·       Intenção de crítica social

·       Concepção das personagens a partir da função social



Personagens

1.       Povo



®      Rita, Antigo Soldado, Populares

·       Personagem colectiva

·       Representam o analfabetismo e a miséria

·       Escravizado pela ignorância

·       Não tem liberdade

·       Desconfiam dos poderosos

·       São impotentes face à situação do país (não há eleições livres, etc.)



®       Manuel

·       Denuncia a opressão

·       Assume algum protagonismo por abrir os dois actos

·       Papel de impotência do povo



®      Matilde

·       Personagem principal do acto II

·       Companheira de todas as horas de Gomes Freire

·       Forte, persistente, corajosa, inteligente, apaixonada

·       Não desiste de lutar, defendendo sempre o marido

·       Põe de lado a auto-estima (suplica pela vida do marido)

·       Acusa o povo de cobardia mas depois compreende-o

·       Personifica a dor das mães, irmãs, esposas dos presos políticos

·       Voz da consciência junto dos governadores (obriga-os a confrontarem-se com os seus actos)

·       Desmascara Principal Sousa, que não segue os princípios da lei de Cristo



®      Sousa Falcão

·       Amigo de Gomes Freire e Matilde

·       Partilha das mesmas ideias de Gomes Freire mas não teve a sua coragem

·       Auto-incimina-se por isso

·       Medroso


2.       Delatores

Representam os “bufos” do regime salazarista.



®      Vicente

·       É do povo mas trai-o para subir na vida

·       Tem vergonha do seu nascimento, da sua condição social

·       Faz o que for preciso para ganhar um cargo na polícia

·       Demagogo, hipócrita, traidor, desleal e sarcástico

·       Falso humanitário

·       Movido pelo interesse da recompensa

·       Adulador do momento



®      Andrade Corvo e Morais Sarmento

·       Querem ganhar dinheiro a todo o custo

·       Funcionam como “bufos” também pelo medo que têm das consequências de estar contra o governo

·       Mesquinhos, oportunistas e hipócritas



3.       Governadores

Representam o poder político e são o cérebro da conjura que acusa Gomes Freire de traição ao país; não querem perder o seu estatuto; são fracos, mesquinhos e vis; cada um simboliza um poder e diferentes interesses; desejam permanecer no poder a todo o custo



®      Beresford

·       Representa o poder militar

·       Tem um sentimento de superioridade em relação aos portugueses e a Portugal

·       Ridiculariza o nosso povo, a vida do nosso país e a atrofia de almas

·       Odeia Portugal

·       Está sempre a provocar  principal Sousa

·       Não é melhor que aqueles que critica mas é sincero ao dizer que está no poder só pelo seu cargo que lhe dá muito dinheiro

·       Tem medo de Gomes Freire (pode-lhe tirar o lugar)

·       Oportunista, severo, disciplinar, autoritário e mercenário

·       Bom militar, mau oficial



®      Principal Sousa

·       É demagogo e hipócrita

·       Não hesita em condenar inocentes

·       Representa o poder clerical/Igreja

·       Representa o poder da Igreja que interfere nos negócios do Estado

·       Não segue a doutrina da Igreja para poder conservar a sua posição

·       Não tem argumentos face a Matilde

·       Tem problemas de consciência em condenar um inocente, mas não ousa intervir para não perder a sua posição confortável no governo

·       Fanático religioso

·       Corrompido pelo poder eclesiástico

·       Desonesto

·       Odeia os franceses

·       Defende o obscurantismo



®      D. Miguel Forjaz

·       Representa o poder político e a burguesia dominadora

·       Quer manter-se no poder pelo seu poder político-económico

·       Prepotente, autoritário, calculista, servil, vingativo e frio

·       Corrompido pelo poder

·       Primo de Gomes Freire





  Gomes Freire de Andrade

·         Representa Humberto Delgado

·         Personagem virtual/central

·         Sempre presente nas palavras das outras personagens

·         Caracterizado pelo Antigo Soldado, por Manuel; D. Miguel e Beresford

·         Idolatrado pelo povo

·         Acredita na justiça e na luta pela liberdade

·         Soldado brilhante

·         Estrangeirado

·         Símbolo da esperança e liberdade



v  Policias: representam a PIDE



v  Frei Diogo de Melo: representa a Igreja consciente da situação do país...



Tempo



®      Tempo histórico ou tempo real (século XIX - 1817)

·       Invasões francesas (desde 1807): rei no Brasil

·       Ajuda pedida aos ingleses (Beresford)

·       Regime absolutista

·       Situação económica portuguesa má: dinheiro ia para a corte no Brasil

·       Regência, influenciada por Beresford (símbolo do poder britânico em Portugal)

·       Primeiros movimentos liberais (1817), com a conspiração abortada de Gomes Freire

·       25 De Maio de 1817 – prisão de Gomes Freire; 18 de Outubro de 1817 – enforcado, datas condensadas em dois dias na peça (tempo de acção dramática)

·       Governadores viam na revolução a destruição da estrutura tradicional do Reino e a supressão dos privilégios das classes favorecidas

·       O povo via na revolução a solução para a situação em que se encontrava

·       Revolução liberal de 1820

·       Implantação do liberalismo em 1834, com o acordo de Évora-Monte



®      Tempo metafórico ou tempo da escrita (século XX - 1961)

·       Permanentemente presente (implícito)

·       Época conturbada em 1961: guerra colonial angolana; greves; movimentos estudantis; pequenas “guerrilhas” internas; crescente aparecimento de movimentos de opinião organizados; oposição política

·       Situação política, social e económica de desagrado geral

·       Regime ditatorial salazarista: desigualdade entre abastados e pobres muito grande; povo reprimido e explorado; miséria, medo; analfabetismo e obscurantismo

·       PIDE, “bufos”; censura; medidas de repressão/tortura e condenação sem provas

·       Sttau Monteiro evoca situações e personagens do passado como pretexto para falar do presente

·       Grande dualidade de conceitos entre os dois tempos: Gomes Freire é Humberto Delgado; os governadores três são o regime salazarista; Vicente e os delatores são os “bufos”; os homens de Beresford são a PIDE…



Estrutura



A acção da peça está dividida em dois actos (estrutura externa), o primeiro com onze sequências e o segundo com treze (estrutura interna). No acto I trama-se a morte de Gomes Freire; no acto II põe-se em prática o plano do acto I.




Os símbolos



·       Saia verde: comprada em Paris, no Inverno, com o dinheiro da venda de duas medalhas. “Alegria no reencontro”; a saia é uma peça eminentemente feminina e o verde encontra-se destinado à esperança

·       Título: duas vezes mencionado inserido nas falas das personagens (por D. Miguel, que salienta o efeito dissuador das execuções e por Matilde, cujas palavras remetem para um estímulo para que o povo de revolte)

·       Luz: vida, saúde e felicidade

·       Noite: mal, castigo, morte

·       Lua: simbolicamente, por estar privada de luz própria, na dependência do Sol e por atravessar fases, mudando de forma, representa: dependência, periocidade, renovação

·       Luar: duas conotações: para os opressores, mais pessoas ficarão avisadas e para os oprimidos, mais pessoas poderão um dia seguir essa luz e lutar pela liberdade

·       Fogueira: D. Miguel Forjaz – ensinamento ao povo; Matilde – a chama mantém-se viva e a liberdade há-de chegar

·       Titulo: D. Miguel: salientando o efeito dissuasor das execuções, querendo que o castigo de Gomes Freire se torne num exemplo; representa as trevas e o obscurantismo; Matilde: na altura da execução são proferidas palavras de coragem e estímulo, para que o povo se revolte contra a tirania; representa a caminhada da sociedade em busca da liberdade.

·       Moeda de 5 reis: símbolo de desrespeito que os mais poderosos mantinham para com o próximo, contrariando os mandamentos de Deus

·       Tambores: símbolos da repressão



Espaço



·       Espaço físico: a acção desenrola-se em diversos locais, exteriores e interiores, mas não há nas indicações cénicas referência a cenários diferentes

·       Espaço social: meio social em que estão inseridas as personagens, havendo vários espaços sociais, distinguindo-se uns dos outros pelo vestuário e pela linguagem das várias personagens.